Tempestade

Hoje sou temporal!

                               Tempestade!

Raios

                Trovões

                                Ventania

Arrasto tudo:

                As folhas mortas

 A  terra solta das tumbas adormecidas.

Desabo em uma profusão de pingos

Frios como os cadáveres vivos

Penetro nas profundezas do eu

E

Volto.

Sandra Oliveira

Lágrimas

Surgem do topo

Engolidas pela terra

Ressurgem de suas entranhas

E nervosas correm no leito dos rios

Gritam nas cachoeiras

Festeiras, dançam no movimento das ondas

São tristezas, alegrias

Murmurando seus segredos ao poeta

Repousam como gotículas de amor

Tomam formas variadas

Lavam alma, corpo,

O vivo, o morto

Paralisadas adormecem

Até o  próximo temporal.

Sandra Oliveira

        

Leitura

Li suas páginas em branco
repletas de reticências
Sua história escrita no olhar.
Um livro inteiro
no contorno do seu corpo.
Passado e presente
nas linhas de tua mão.

Percorri cada vírgula
até decifrar o enigma,
encontrar a sombra
que esconde seu sorriso...

Compreendi o ponto final!

Sandra Oliveira

No bater das asas
levo os meus sonhos
na leveza dos movimentos
                               adormeço...

Sandra