quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Como areia escorrendo por entre os dedos
Assim escorre a vida
lentamente...
no turbilhão atribulado do dia-a-dia
assim escorre a vida
loucamente...
na importância ao banal
assim escorre a vida
friamente...

assim escorre o tempo
assim escorre lembranças
assim escorre tudo que um dia viveu

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

MEU CAMINHO

 No balanço de suas folhas
Ouço o grito de suas palavras
Tudo passa... Tudo passa...
E no vôo desinibido
Que espalha seu aroma
Tudo passa...
Preso ao solo
Seus galhos livres
Apontados para o céu
Mostram-me o caminho.
Liberdade que ostentam
 Determinando: na vida
Tudo passa... tudo passa....

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sem título




Aberta a porta do inconsciente

Mostro as feridas arreganhadas

que sangram alimentando o mato

crescendo no chão destroçado

da frágil casa que habito.

Não resistiu a batalha do meu íntimo.

O telhado foi desfeito

e agora

qualquer garoa é temporal

A brisa é vendaval

do caos que se formou.

Ergo sólidas paredes

ganho forças

E

reconstruo

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SINONIMOS

Segredo de mulher
alma profunda
bicho gente
mulher!
 energia puro sangue
amor
sensualidade
menina
corpo - coração
angústia - solidão
busca... devaneios
 mulher!

Sandra Oliveira

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Cozinhando...

Na cozinha a alquimia ganha espaço.São misturas, cheiros,  cores. Casamento de sabores! Realizada com prazer é um ato de amor. No fazer...as conversas são lembranças...Aquecidas pelo fogo aceso que cozinha lentamente alimentos e sentimentos.

sábado, 11 de junho de 2011

Imagem



Miro o espelho.
Vejo uma geração espontânea
com papel definido:
Feminino submisso
de feitiços sedutores
Sonhos encantados...
do sapo a ser beijado
ao casamento desejado.
E na casa construída
o telhado estrelado
mostra a fragilidade
da mulher independente
que espera o idealizado.

domingo, 29 de maio de 2011

Recolhida no meu íntimo
ouço o silêncio de minha voz
Eco que ressoa
Na cordilheira de conflitos

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Tempo



Viver
Nesse espaço-tempo
curto e dolorido
dualidade sufocante
insuficiente
perante o vazio da morte
viver...viver...VIVER!
Apenas viver...
Bastaria?
NÃO!
O que faz a vida
ser vida
É arriscar-se.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Caminho



No encontro do olhar
brotou o sorriso
breve instante eternizado.
Destino?
Apenas um caminho...
No leve toque
o perfume...
No silêncio que se fez
o bater do coração
tornou-se orquestra
a embalar os movimentos
Apenas as velhas construções
testemunharam que o encontro era de almas.

Exercício proposto pelo blog http://gambiarraliteraria.blogspot.com/2010/08/exercicio-de-criacao-1.html

quinta-feira, 5 de maio de 2011

História




Escrevi a minha história
em folhas de areia
Deserto de minha alma.
Nas páginas de vento
o capítulo de um tempo que não vivi.
As gotas de orvalho
rolaram como lágrimas congeladas
na superfície fria do corpo.
Os passos invisíveis
conduziram-me ao abismo...
No vazio das palavras
materializei a minha dor.
É uma história esquecida
absorvida pela terra
numa cova abandonada.

Sandra

terça-feira, 19 de abril de 2011

Invisível




Um ser marcou o caminho...
São pegadas invisíveis
pisando uma alma aflita.
Invadiu o espaço. 
Despertou a dor
 Chegou a tempo
de enfrentar a sombra.
Iluminou o escuro que brilhava
na sepultura quente
do morto-vivo.

                                                 Sandra

domingo, 17 de abril de 2011

Ausente




Ando ausente de mim
sem tempo
sem medo
sem noção...
um mar sem ondas.

                            Sandra Oliveira

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tempestade

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Hoje sou temporal!
                               Tempestade!
Raios
                Trovões
                                Ventania
Arrasto tudo:
                As folhas mortas
 A  terra solta das tumbas adormecidas.
Desabo em uma profusão de pingos
Frios como os cadáveres vivos
Penetro nas profundezas do eu
E
Volto.

Sandra Oliveira

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Lágrimas






Surgem do topo

Engolidas pela terra
Ressurgem de suas entranhas
E nervosas correm no leito dos rios
Gritam nas cachoeiras
Festeiras, dançam no movimento das ondas
São tristezas, alegrias
Murmurando seus segredos ao poeta
Repousam como gotículas de amor
Tomam formas variadas
Lavam alma, corpo,
O vivo, o morto
Paralisadas adormecem
Até o  próximo temporal.
Sandra Oliveira


        

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Leitura

Li suas páginas em branco
repletas de reticências
Sua história escrita no olhar.
Um livro inteiro
no contorno do seu corpo.
Passado e presente
nas linhas de tua mão.

Percorri cada vírgula
até decifrar o enigma,
encontrar a sombra
que esconde seu sorriso...

Compreendi o ponto final!

Sandra Oliveira

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011



No bater das asas
levo os meus sonhos
na leveza dos movimentos
                               adormeço...

Sandra

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Solidão

Quem se importa
com os cacos de vida
espalhados pelo chão
com o sangue
escorrendo pela sarjeta do acaso

Gargalhadas ouço...

O corpo retorcido
pela dor invisível
descortina um ser, uma sombra.
O olhar vazio
perdeu sua busca...

Quem se importa
com o fio de vida
que resta no coração
congelado pelo medo.
Preferes a destruição!

Então...
Corte as asas da águia
Arranque os dentes do tigre
Mate o urso feroz
Queime o Baobá
Apague a Chama Sagrada

És humano,
não um Deus!

Sandra Oliveira